Tudo começou assim....
Estávamos dentro do elevador rumo à garagem.
O relógio marcava dez pra uma da tarde. A criança já estava devidamente uniformizada, penteada, dentes escovados, deveres de casa feitos, lancheira a tiracolo, frutas descascadas e picadas para o “Dia da Fruta”...
Eis que de repente percebo olhos marejados e uma repentina onda de contorcionismos seguidos de “Ai, ai, ai, Mamãe! Minha barriga tá doendo!” Imediatamente já aperto de volta o botão do nosso andar e pergunto: “Quer ir ao banheiro, filha?” E ouço novamente: “Ai, ai, ai!!! Não, Mamãe, é só muita dor!...”
E aí?... Eu só tinha poucos segundos para tomar a decisão! Fica ou Vai?!
Avaliei com o rabo de olho enquanto o elevador ainda subia... “Puxa! Realmente a coisa tava convincente pra uma criança de 5 anos!” Enquanto isso, pensei com meus botões: “Meu Deus, assim que eu deixar essa menina na escola e chegar ao estúdio (onde em poucos minutos teria uma reunião com uma cliente), vou receber um telefonema da escola para ir buscá-la de volta por estar passando mal!.... hummm... Ok. Nesse caso é melhor não ir pra escola e levá-la pro estúdio comigo.”
Comuniquei minha decisão.
Entrou em casa, tirou o uniforme e em dois minutos me apareceu de vestido, bolsinha cheia de bonecas, uma garrafinha de água e livros de colorir...
Lá fomos nós....
Fiz minha reunião e depois flagrei alguns momentos enquanto Duda brincava num cantinho...
Agora, me tirem essa dúvida, por favor - só por desencargo de consciência e pra eu não achar que fui enganada - Tá ou não tá com cara de quem tá passando mal, minha gente!?!
